segunda-feira, dezembro 09, 2013

A Polónia aqui tão perto.

Elísio Alexandre Soares dos Santos é o presidente da empresa familiar Jerónimo Martins. Vai deixar de ser e o lugar passa para o filho Pedro Soares dos Santos. O Jornal de Negócios dá-lhe cinco páginas incluindo uma entrevista de três, hoje.

O que diz merece ser lido porque coincide com algumas ideias que tenho passado por aqui, em recuperação de uma memória Histórica que os media insistem em não nos contar. Sobre os grupos económicos que existiam em Portugal, até 1974-75, é claro na linguagem: a sua destruição foi um dos maiores erros cometidos nas últimas décadas em Portugal.

O mesmo explica na entrevista que a empresa já tinha uma dimensão razoável nos anos setenta. E tinha, como se pode ler neste artigo do Observador de 7 de Janeiro de 1973 que elencava alguns modelos de empresas, "exemplos" do nosso desenvolvimento de então. A "Lever" era uma delas e já aparecia o próprio Elísio Alexandre a falar em nome da mesma...


Explica ainda que a sua empresa é líder na Polónia.
Sobre a Polónia torna-se muito interessante ler esta entrevista publicada no jornal galego Faro de Vigo, no passado Sábado. O entrevistado é desconhecido entre nós e não estou a ver nenhum Público a interessar-se pelo entrevistador como o jornal galego se interessou. E porquê? Adam Michnik foi o fundador e editor do Gazeta Wyborcza, o diário mais importante e influente da Polónia dos dias de hoje.
É também uma das suas figuras históricas da oposição e esteve preso várias vezes por causa disso.
É um moderado, como se pode ler e a oposição que fez, durante muitos anos ( tem 67) foi ao...comunismo.  Precisamente o contrário do que se passa por cá, em relação aos opositores do antigo regime...porque Michnik foi preso, por motivos políticos, claro está, mas por aqueles que por cá vituperam o "fassismo" pelo facto de os ter prendido também.
Ou seja, o "fassismo" polaco foi o comunismo, com uma diferença: muito mais violento e mais repressivo do que jamais o salazarismo o foi.

É por isto que não vemos entrevistas destas nos jornais portugueses. Porque lá, o comunismo foi chão que deu uvas. E ninguém apanhou os bagos. Por cá, parece que pegou de estaca e os Arménios mai-los Jerónimos e Avoilas são as nossas troikas diárias de reacção ao progresso económico. Para essa troika comunista, quanto pior estivermos, melhor para eles. O povo? O povo é uma abstracção e por isso que se lixe! Na Polónia dos dias de hoje,  essa troika seria corrida "à paulada". Que não haja a mínima dúvida.
E porque razão aqui não é? Simplesmente por vivermos num mundo ao contrário de há décadas a esta parte. Pergunte-se aos polacos. Entreviste-se Michnik e a explicação será simples: o comunismo foi uma das maiores tragédias do séc. XX para a Humanidade. Por cá, ainda vamos atrasados vinte anos e por isso mesmo têmo-los todos os dias nas tv´s, à hora do jantar para comentarem a nossa situação económica que também é muito simples de entender e Soares dos Santos o diz também: não temos dinheiro. Parafraseando o antigo ministro da Economia, qual destas palavras, esssa gente dos media não entende? Deve ser "temos". Porque não temos inteligências capazes de entender estas coisas simples.


109 comentários:

Unknown disse...

Repito : aqui faz-se verdadeiro serviço público.
Cpmts.

Anónimo disse...

José,
Pois devíamos fazer um confederação, pois devíamos...
Não tivemos patriotas capazes disso mesmo.
Norton de Matos escreveu sobre isso e ninguém que se saiba levou isso por diante. Foi no século passado... Agora!? Tarde piaste.

Vivendi disse...

Como a verdade não entra na cornadura de muitos. É algo que me intriga.

Maria disse...

Ainda bem que o José trás este tema a debate.
Não me interessa em absoluto se o Sr. Soares dos Santos tem defeitos ou não tem. Há muito que o vejo em entrevistas televisivas e de jornais e tudo quanto tem dito sobre a situação económica catastrófica em que o país se encontra está correctíssimo.
A única coisa que sei e que me interessa, como portuguesa e como patriota, é que este Senhor no seu raio d'acção tem feito mais pela economia do país e por extensão pelos portugueses, do que jamais a esquerda toda junta o faria nem que vivesse mil anos.

Como neste espaço tem sido frisado e bem, a nossa desgraça foi termos permitido que o partido comunista e neste englobando a extrema esquerda, tivesse feito parte do sistema dito democrático, que de democrático nada tem, em vez de ter sido terminantemente proibido, como era para ter sido no mesmíssimo 28/9 e só foi salvo in extremis pelo traidor Melo Antunes, um comunista-oportunista do pior, depois deste ter ido à televisão implorar falsamente compungido que "o partido comunista faz falta à democracia". Pois claro que fazia falta, então não?, pelo menos para entre outros crimes graves cometidos ajudar a retalhar o país aos bocadinhos e a mandar assassinar milhões de seres humanos inocentes.

Os portugueses têm mas é muita sorte em ter ainda por cá patriotas com a grandeza de alma do Sr. Soares dos Santos. Mas está claro, todos os patriotas que façam o máximo pelo desenvolvimento do país são automàticamente ostracizados e vilipendiados pela esquerda (é assim em todos os países os de as esquerdas imperam), porque todos os partidos e movimentos de esquerda a juntar aos políticos 'independentes' que fingem não pertencer a partidos porém tudo não passa de uma fachada carregada de cinismo, de uma máscara com a qual se disfarçam de políticos bonzinhos, mas o que querem verdadeiramente porque possuídos de uma maldade sanguinária é que o país se afunde até se tornar irrecuperável e para isso têm vindo há décadas a cometer os mais bárbaros crimes, impunemente.

Se o Senhor Soares dos Santos fosse comunista a esquerda colocáva-o nos píncaros e eleváva-o aos altares. Felizmente não é.

O que os elementos destes partidos desejam ardentemente é que Portugal se afunde por completo em todas as suas áreas produtivas, o que o levaria/levará a que a curto-médio prazo desapareça como país independente. Mas não nos admiremos, este foi desde sempre o objectivo de toda a esquerda, da moderada à extrema.

Foram justamente os partidos de esquerda, PS incluído, que cometeram inúmeros crimes sem perdão logo a partir do dia 26/4/74 e não mais pararam até hoje. Eis a pergunta que se põe: como é que tão poucos bandidos puderam fazer tanto mal a tantos portugueses? Ora, porque este sistema foi concebido para atingir esses mesmos fins e porque é composto exclusivamente por partidos esquerdistas (o CDS serve só para dar credibilidade ao sistema) os únicos autorizados por este regime/seita evidentemente, que entre si congeminaram secretamente, muito antes de 1974, a destruição de Portugal. Não sem que antes - e tendo-se prolongado pelos anos que levamos deste pútrido regime - os seus principais protagonistas tenham obscenamente enriquecido com os milhões de milhões usurpados criminosamente a este infeliz povo.

Enquanto estes malditos partidos não forem definitivamente proibidos (ou mesmo extintos com o próprio regime para bem da saúde física e mental do povo) como o foram há décadas os seus congéneres nos países ex-soviéticos, os portugueses jamais terão descanso e Portugal muito difìcilmente sairá do abismo para onde foi atirado por pura maldade e ódio ao povo e ao país.

Carlos disse...

"...foi termos permitido que o partido comunista e neste englobando a extrema esquerda, tivesse feito parte do sistema dito democrático,..."

Maria,

Porque não se define claramente como defensora do antigo regime? porque esse sim, impunha o que aqui defende.

Quanto à mistura do papel do PCP com a com a chamada extrema esquerda no pós-25 Abril, só por esquecimento, cegueira, ou então interesse militante, se pode misturar tudo no mesmo saco.
Lembro-lhe só, que foi a chamada extrema esquerda que desde a primeira hora, deu a cara e o corpo contra a tentativa de tomada de poder por parte do PCP. É caso para perguntar: onde estavam todos estes ideólogos, alguns mesmo fascistas, nesse período?

Green Lantern disse...

Na Polónia ninguém esquece a maravilhosa sociedade socialista assim como a Ucrania.

Conheço uma polaca a residir em Portugal e para ela comunismo nem pintado de ouro. Idade das trevas isso sim.

Tal como o periodo pós 25 de Abril de 74 que alguns dizem que foi uma epoca de amor, paz e liberdade, propagandeada pela imprensa e até pela televisão pública. Nada mais falso os sindicalista irromperam pelas fábricas e tomaram o poder. Aliás os que tinham chegado há menos tempo tornaram-se logo sindicalistas e passaram a mandar. Todos os que tinham cargos de chefia ou de encarregado foram logo conotados como fascistas, prisioneiros no próprio local de trabalho.

Sou de uma geração pós-25 Abril de 74 no entanto conto com uma testemunha priviligeada desses factos. A minha mãe como encarregada de uma fábrica norte americana que produzia componentes electronicos para as caixas dos Boeing, cargo a que chegou com mérito, foi de imediato trancada na fábrica, juntamente com outros colegas com cargos de chefia e só não foi agredida porque estava grávida.

O pós 25 de Abril foi uma vergoha.

Obrigado pelo serviço público que aqui publica.

Cumprimentos

muja disse...

Carlos,

V. é cego ou quê? Pois é evidente que a Maria é defensora do antigo regime! É ela, eu, e toda a gente que, na realidade, esteja interessado em ter um país a sério, próspero, justo e livre.

Isto não significa que, para resolver os problemas de hoje, se queiram adoptar todas as soluções do passado. Algumas hão-de servir, outras nem por isso.

A crise, porém, vai para além desta ou daquela solução para este ou aquele problema concreto. A crise é uma crise de homens e de valores. Os homens políticos que hoje temos são, practicamente sem excepção, uma combinação de incompetência, oportunismo, ignorância, pretensão e desonestidade.
Não agem, nem pouco nem muito, no interesse do país; nem sequer dos que neles votam, quanto mais dos outros, quanto mais dos mortos e menos ainda dos por nascer.

E é inegável, a não ser que não se queira debater e se queira apenas grasnar, que homens como Salazar, Caetano, Franco Nogueira, Duarte Pacheco, etc, eram homens de incomparável valor e capacidade. Mais, não sendo livres de defeitos, como nenhum é, agiram sempre, pode dizer-se, no sentido do que achavam constituir o interesse do país. E não se enganaram, na maior parte das vezes. As suas obras aí estão, para o confirmar.

Eu sou da opinião que a única política que nos interessa, é a política portuguesa. Aquela que é, exclusivamente, feita por portugueses e para portugueses, com os interesses portugueses á vante. Tudo o mais, provenha da dita esquerda, como da chamada direita, é tanga. Tanga para oportunistas lucrarem. E é isso que eu admiro no E.N.: era português, e português apenas.

Concluindo, não é a repressão PIDEsca que se quer de volta (muito embora, um sistema de informações internacionais como a PIDE tinha nos desse muito jeito), nem ditadores para a vida. O que se quer de volta, o que todos os defensores do antigo regime querem, é o seu país livre, senhor do seu destino, e pátria de portugueses. Nem mais, nem menos. E o último regime que nos deu isso, foi o anterior. Não há como negá-lo.

E o problema da esquerda é simples: é estrangeira. Por mais alevantados que sejam os valores que proclama, a gente sabe que é treta, porque a bandeira deles não é a das quinas. É a da foice e do martelo. É a bandeira da URSS, da China, do Vietname, o que for. Todas menos a nossa, a velha de oitocentos anos. Ora quem quer o seu país, não segue a bandeira de outros. E dizer que é solidariedade internacional, é risível de ingenuidade.

Aí tem porque somos todos, de uma ou de outra forma, defensores do antigo regime: porque foi o último regime português.



josé disse...

mujahedin مجاهدين :

Provavelmente, o Carlos, á semelhança de muitos outros portugueses assentaram mentalmente que o regime de Salazar/Caetano não se deve sequer discutir porque era fascista. E com essa pequena palavra explicam o regime que não se deve discutir.

Tal efeito surgiu após uma persistente lavageem cerebral durante estas décadas que já leva o 25 de Abril de 74.

O regime de Salazar/Caetano é diabolizado porque há muitas soluções para os nossos problemas que esse regime apresentou e resolveu.
Ora o regime que temos não quer que se fale nisso. Pura e simplesmente serve-lhe o silêncio e a censura que praticam, acusando aquele regime precisamente do mesmo.

Um democrata que se diz democrata deve aceitar que ao menos se discuta as eventuais virtualidades desse regime.

Mas nem isso querem e é precisamente o que pretendo fazer aqui: discutir sem preconceitos as virtualidades do regime de Salazar/Caetano.
E à medida que vou lendo e descobrindo coisas, vou ficando surpreendido.

A História não é como a pintam os Rosas&Pereira. E ainda bem.

Carlos disse...


Não quiseram entender, ok!...

José,
"...assentaram mentalmente que o regime de Salazar/Caetano não se deve sequer discutir porque era fascista."
Alguma vez, viu essa posição defendida por mim?

Quanto à manipulação que pretende generalizar a toda a imprensa no pós-Abril, pergunto: e a recolha seleccionada para os seus postes são manipulados por quem?

"O regime de Salazar/Caetano é diabolizado porque há muitas soluções para os nossos problemas que esse regime apresentou e resolveu."

O regime fascista de Salazar/Caetano caiu porque estava verdadeiramente podre e desfasado da vontade do povo. E, Por isso, se viu a adesão popular que se lhe seguiu.
E, nessa altura, se calhar cobardemente, estes corajosos do teclado eram todos anti-fascistas.

Quanto ao mujahedin مجاهدين , é um teórico, se calhar manipulado pela informação que lhe lava o cérebro (a acreditar no efeito das lavagens aqui muito referidas).



josé disse...

Carlos:

V. não discute o regime de Salazar/Caetano, desde logo porque o apelida de fascista.

Quanto ao facto de estar podre, concedo que não estava de muito boa saúde política porque me lembro disso, mas qual será a verdadeira razão para tal?

É essa discussão que não se faz porque se atalha logo pelo "fascismo".

O que coloco aqui é manipulado por mim, mas com um sentido crítico que não vejo noutros lados.

josé disse...

Eu não pretendo ser a voz da "verdade a que temos direito" mas também apresento uma verdade que penso devemos ter direito a perceber porque era a que entendíamos nessa altura e precisamos de a perceber se quisermos criticá-la.

josé disse...

Se a desvalorizamos desde logo, apelidando-a de fascismo estamos a incorrer num erro de análise e metodologia.

muja disse...

O regime fascista de Salazar/Caetano caiu porque estava verdadeiramente podre e desfasado da vontade do povo. E, Por isso, se viu a adesão popular que se lhe seguiu.

Pois. Por isso é que tiveram de ser militares a fazer o que, em plena democracia, ninguém consegue fazer. Ou este regime, que não é fascista, presume-se, não está podre? Porque não muda?


E, nessa altura, se calhar cobardemente, estes corajosos do teclado eram todos anti-fascistas.


Eu não era nada. Mas se fosse, era o que sou hoje: português.


Quanto ao mujahedin مجاهدين , é um teórico, se calhar manipulado pela informação que lhe lava o cérebro (a acreditar no efeito das lavagens aqui muito referidas).


Um teórico, mas quem vem com "ismos" é V.
Mas e ainda a questãozinha da bandeira... É que nestas coisas, de manipulações e lavagens, o melhor é ficarmo-nos pelo que é simples. E nada é mais simples do que uma bandeira, um símbolo. Desde há milénios que os homens as seguem e sob elas se agrupam, nos bons como nos maus momentos. Portanto, eu gostava de saber porque é que não há um, um apenas, movimento da esquerda (incluindo a que passa por direita) que se agrupe sob uma bandeira de tema nacional.

As organizações "fascistas", todas tinham bandeiras assim: todas tinham lá as quinas ou outro motivo nacional. Seria por isso que eram fascistas? É que a mim parece-me que isso faria delas, quanto muito, portuguesas.

Ou será que nos quer convencer que eram os que se apresentavam sob bandeira soviética ou chinesa, os verdadeiros patriotas, os verdadeiros portugueses?



Unknown disse...

Carlos,tomo a liberdade de lhe sugerir a leitura de "uma coisa" que ostenta o título de "Salazar",e que "anda por aí, mas de pantufas"...
Não se assuste - é da autoria de um homemde esquerda, Filipe Ribeiro de Meneses, professor de História numa Universidade Irlandesa.
Atrevo-me a dizer que vai ficar, no mínimo, surpreendido...

Carlos disse...

Unknown,

Obrigado pela sugestão.


José,

Presunção e água-benta...


mujahedin مجاهدين,

"Eu não era nada. Mas se fosse, era o que sou hoje: português." Se fosse futebolista, diria" "iguais a nós próprios"

josé disse...

Carlos:

Agora é a sua vez de não entender. Onde é que vê a minha presunção? Na dúvida que apresento?

Carlos disse...


José,

"O que coloco aqui é manipulado por mim, mas com um sentido crítico que não vejo noutros lados."

muja disse...

Se fosse nascido, se calhar diria algo mais.

Mas até é curioso esse exemplo dos futebolistas. Quer-me parecer que também são todos fascistas: andam todos de quinas ao peito... E cruz de Cristo ainda por cima!



josé disse...

Não é presunção alguma. É um facto que assumo e que gostaria de ver contraditado. Ficaria bem melhor se visse tal coisa.

Carlos disse...

mujahedin مجاهدين,

"E cruz de Cristo ainda por cima!"

A que Cristo se refere? aquele que foi condenado e executado como subversivo e revolucionário há época? (hoje, seria talvez terrorista de esquerda, há, há, há!...)

muja disse...

Cristo só há um, creio.

hoje, seria talvez terrorista de esquerda

Terrorista, talvez. Mas "de esquerda" é que tenho dúvidas. Não foram, afinal, os que o condenaram e crucificaram os mesmos que, séculos mais tarde, viriam a criar e financiar a tal "esquerda"?

E não se tem dedicado, essa "esquerda", a sistematicamente atacar e destruir todos os aspectos, locais de culto, costumes e tradições, e mesmo os próprios devotos desse mesmo Cristo?

Por tanto, não vejo como haveria alguém que tanto ódio suscita entre essas pessoas, ser considerado como uma delas. Se o apanhassem, o mais certo era crucificarem-no outra vez, como fizeram a tantos outros que seguiam os ensinamentos dele. Talvez de cabeça para baixo desta vez. Consta que era assim que faziam em Espanha, passam agora sete décadas...

Maria disse...

Carlos, é evidente que não tem lido, nem a isso era obrigado, o que tenho vindo a escrever há muito tempo nos espaços blogosféricos que visito com especial interesse e muito prazer, pelas afinidades que com eles partilho.
Deixo-lhe só alguns dados (já por mim repetidos diversas vezes) sobre o ambiente em que cresci e como fui educada para que retire daí as suas conclusões. Não tendo com isto a mínima pretensão de dissuadí-lo das suas crenças políticas, como deverá imaginar. Gostaria tão só que o Carlos se esquecesse por momentos das suas crenças políticas e fizesse comparações isentas de preconceitos entre as virtualidades do anterior regime e as deste..., se é que consegue encontrar algumas.

Cresci num ambiente entre o republicanismo e o monarquismo. Pai republicano até à raiz dos cabelos, mas educado no seio de uma família monárquica (o que não alterou uma vírgula a sua opção política, mas em contrapartida forneceu-lhe uma educação esmerada que lhe moldou o carácter íntegro, respeitador e extremamente humano que o acompanhou até à morte, transmitindo esses altos valores a todos os filhos) e uma Mãe monárquica bem como toda a sua família e que, como era de esperar, apreciava o regime e o Estadista.

O nosso Pai, não gostando nada de Salazar nem do regime, o que era natural num republicano, nunca por nunca ser disse uma palavra menos agradável em relação ao Estadista. Pelo contrário, ouvi-lhe por mais do que uma vez dizer bem de algumas medidas políticas tomadas pelo Estadista e sobretudo pela paz e ordem que o regime nos proporcionava. Convenhamos que atitudes desta natureza vindas de um republicano convicto só eram possíveis dada sua elevada formação moral. Nunca esquecerei estes seus exemplos de honestidade intelectual e de respeito para com o regime e o seu responsável máximo.

Todos nós, eu incluída - a nossa Mãe e sua Família, menos... - recebemos o 25/4 com júbilo e boas expectativas relativamente à democracia e às melhorias substanciais que esta supostamente traria ao país e ao povo. E embora não se exteriorizasse demasiado sobre a mudança de regime (parece que adivinhava o horror que estava para vir) o que era de estranhar vindo de um republicano, o nosso Pai infelizmente não viveu o suficiente para poder verificar o tremendo mal que a dita democracia provocou ao país.

Só para o Carlos ter uma breve ideia das minhas opções políticas, dir-lhe-ei que votei sempre e desde a primeira hora no P.S.D., isto até 2002, ano em que rebentou o escândalo Casa Pia e em que finalmente foi revelada a real essência desta falsa democracia e sobretudo o completo horror em que, perante um país atónito, ficou exposta a verdadeira génese de toda a classe política e a massa pútrida de que ela é feita.
Aquando das eleições para a presidência da República a que se candidatava Mário Soares, votei nele (de que me arrependerei até ao fim dos meus dias). Também votei e rejubilei com os resultados, nas duas legislativas que elegeram Cavaco Silva para primeiro ministro.

Como vê Carlos, não sou nem nunca fui salazarista nem podia ter sido dada a educação recebida, mas isto até ao momento que descrevi acima e que me fez ficar alerta e por fim consciencializar-me do ambiente político podre que nos rodeava e a fazer comparações, sem excluir os defeitos que os havia, entre as qualidades patrióticas do Estado Novo e a integridade e honestidade totais dos elementos que o compunham, o que me levou/leva a elogiar cada vez mais tudo o que aquele tinha de incomparàvelmente melhor e mais saudável relativamente a este em que dolorosamente vegetamos há quase quarenta anos.

Obrigada Carlos pelo seu educado comentário. Quanto ao mais, faço minhas as palavras avisadas e inteligentes de Mujahedin (e sempre nas de José) nas quais me revejo integralmente. Tenho dito.

lusitânea disse...

Os golpistas do 25 que deram início ao desmantelamento do regime não tinha como programa entregar África e muito menos trair os Portugueses que por lá tinham investido as suas vidas.Infelizmente não nos coube nenhum Mandela.Só Mugabes...e com a ajuda internacionalista de quase todos.A extrema-esquerda participou nessa entrega sim senhor.Quem é que gritou " nem mais um soldado para as colónias"?Os maoistas...na altura sob controlo da CIA pois claro
Os "políticos" democratas que assaltaram o poder é que são responsáveis.Apesar de terem encoberto mandando para as assinaturas das entregas uns cordeirinhos inocentes...
Depois do golpe houve de facto militares que aderiram a partidos e de que serviram de correias de transmissão.Até ter sido tudo entregue.Houve traição sim senhor.Não serei eu a ir apontá-los...se ninguém ou quase ninguém os viu...

lusitânea disse...

Este regime está caduco e como em Portugal nada se reforma acho que quem quiser continuar a ser Português tem que o derrubar.Senão vão ficar mais escurinhos depois das entregas...

lusitânea disse...

180000 pobres nacionalizados nos 2 últimos anos.E com as escolas a não serem SEF estão e vão transformar Portugal num sobado.E não foram só as esquerdas...
55% da população não paga IRS donde têm que avançar os "direitos adquiridos" porque entre as conquistas de Abril distribuíram a crédito...e para todo o mundo!
Corrupção,interpretação traidora da vontade do zé povinho, avanços na dissolução dos costumes e partidos vários com o comunismo na receita e dizem-nos que andamos em democracia...e dizem-se patriotas...

lusitânea disse...

Com o entrar do preto e sair do branco venha uma revolução à Líbia e uma justiça igual à que foi aplicada ao Kadafhi...

zazie disse...

A escardalhada é isto:

Conseguiu qeu todos se confessassem ao Carlos e ninguém se lembrou de lhe pedir as mesmíssimas batatinhas.

Ele, de vez em quando, larga aqui uns desabafos e diz que "felizmente há Luar".

A extrema-esquerda foi óptima porque baralhou ainda mais os revolucionários.

eles não queriam que o PCP tomasse o poder porque ainda faltava fazer a Revolução à séria.

Imagine-se então como seria se fossem eles a ter o Poder.

josé disse...

O Carlos é o exemplo exacto do que aconteceu ao país: uma gigantesca lavagem cerebral.
A maioria das pessoas deixou de pensar pela própria mente e passou a reproduzir os esquemas ideológicos propagandeados ad libitum

Vendo o que se passa actualmente na Polónia percebe-se com toda a clareza o que se passou cá. Ao contrário.

Rui disse...

O grande mal do tuga é ser malandro e irresponsavel !!!!, o tuga sabe muito bem o que quer e como chegar lá !!!
o tuga quiz o 25/4:

1) para poder ter emprego (nao trabalho) na função publica.
2) para poder trabalhar 1 ano e ir 2 anos para o subsidio de desemprego (como era até ha pouco tempo)
3) o tuga queria reformar-se por volta dos 55 anos
4) o tuga queria licenciaturas para os filhos (nao queriam conhecimento, queriam o titulo) não importa se fosse em ciencias ocultas que ninguem sabe para que serve excepto na função publica.
5) o tuga queria rendimento minimo RSI para poder passar a manha a dormir e a tarde no cafe a meter umas bjeckas
6) o tuga queria saude de borla porque nao queria poupar dinheiro para uma eventualidade, la estaria o estado a paternizar o tuga com saude de borla, ha que ter carro, roupas, casa, mobilia melhor que o vizinho.!!!!!!
7) o tuga quer beber uns copos no fim de semana e meter uma baixa na 2ª
8) o tuga queria fazer passeios de autocarro e piqueniques entao a esquerdalha deu a greve
9) o tuga queria endividar-se e quando estivesse com a corda no pescoço juntava-se a outros tugas como ele e fazia uma reivindicacao salarial
10) o tuga queria ver o campeonato do mundo de futebol entao a esquerdalha deu-lhe a baixa prolongada.
11) o tuga sabe que a esquerdalha mente mas pensa sempre que ha-de haver algum rico que ande esquecido e entao o governo de esquerda vai la e rouba-o para o dar a quem vota esquerda.
12) o tuga vota esquerda para aumentar impostos e não lhes retirar as alineas anteriores

Esta é a realidade do Tuga por isto se deu o 25/4

Mas o tuga esqueçe um pequeno pormenor !!!!!
o Parasita vai-se alimentando do hospedeiro e vai-se reproduzindo ate que o hospedeiro não aguenta tanto parasitismo e acaba por morrer e nessa altura o parasita tambem morre.

é a lei da vida.


e HOMEMS como Soares do Santos é mais uma perola entregue a este bando de porcos.

Carlos disse...

Maria,

Permita-me retribuir o prazer deste "ping-pong comentadeiro" com a Senhora.
Afinal, até parece que não estamos tão longe assim de posições. Basta ter presente o que aqui tenho escrito.

José,

"O Carlos é o exemplo exacto do que aconteceu ao país: uma gigantesca lavagem cerebral.
A maioria das pessoas deixou de pensar pela própria mente e passou a reproduzir os esquemas ideológicos propagandeados ad libitum"
Esta arrogância opinativa e conclusiva, é capaz de lhe tolher o espírito. Por isso, volto a manifestar a minha opinião sobre grande parte dos seus postes: são tendencialmente muito tendenciosos.


mujahedin مجاهدين,

"E não se tem dedicado, essa "esquerda", a sistematicamente atacar e destruir todos os aspectos, locais de culto, costumes e tradições, e mesmo os próprios devotos desse mesmo Cristo?"

Está a falar da inquisição?...



P'rá coisa
"...diz que "felizmente há Luar".

Diz, não! cita Stau Monteiro, recordando Luís Filipe Costa, com muito gosto.


zazie disse...

Pró coisinho mentiroso recordar o neurónio solitário:

http://portadaloja.blogspot.pt/2012/03/noronha-nascimento-humilhado.html?showComment=1331890933627#c3785993379468200726
(E o Palma Inácio, palerma, porque é que te esqueceste agora desse)

josé disse...

"grande parte dos seus postes: são tendencialmente muito tendenciosos."

Mas isso nem tem contestação. Claro que são tendenciosos, mas julgo que fundamentados porque para mim, dar opiniões sem fundamentar minimamente é deletério. Não faço dos outros recpetáculos passivos de ideias que possa ter. Procuro que os mesmos pensem se de facto essas ideias não serão as correctas.

Aliás é o que eu próprio faço: procurar saber se as minhas ideias serão as correctas.
E como o faço? Pensando nisso e averiguando factos.

Por isso mesmo julgo estar isento de presunção. Nunca pretendo ter razão só porque sim, mas porque e por que e ainda porquê.

zazie disse...

Mais literatura épica do inquisidor que julga todos e que ninguém pode julgar:

Os da LUAR que deram o melhor deles a uma causa:


http://portadaloja.blogspot.pt/2012/05/trendice-nacional.html?showComment=1337246640863#c6727593886921632385

muja disse...

Não, estou a falar dos que, em nome da ideologia que V. professa, crucificaram padres, violaram freiras, destruíram igrejas e catedrais e fuzilaram e prenderam pessoas pelo simples facto de irem à missa.

Isto:

http://en.wikipedia.org/wiki/File:SpanishLeftistsShootStatueOfChrist.jpg

Segundo a sua fantasia, Cristo estaria cá em baixo a fuzilar-se a si próprio?

http://en.wikipedia.org/wiki/Red_Terror_(Spain)

Tome lá "inquisição" a sério:

Estimates of the number of religious men killed vary greatly. One estimate is that of the 30,000 priests and monks in Spain in 1936, 13% of the secular priests and 23% of the monks were killed, amounting to 6800 religious personnel altogether. The figures break down as follows:

Some 283 women religious were killed, some of them badly tortured. 13 bishops were killed from the dioceses of Siguenza Lleida, Cuenca, Barbastro, Segorbe, Jaén, Ciudad Real, Almeria, Guadix, Barcelona, Teruel and the auxiliary of Tarragona. Aware of the dangers, they all decided to remain in their cities. I cannot go, only here is my responsibility, whatever may happen, so said the Bishop of Cuenca. In addition 4,172 diocesan priests, 2,364 monks and friars, among them 259 Claretians, 226 Franciscans, 204 Piarists, 176 Brothers of Mary, 165 Christian Brothers (also called the De La Salle Brothers), 155 Augustinians, 132 Dominicans, and 114 Jesuits were killed. In some dioceses, the number of secular priests killed are overwhelming:
In Barbastro, 123 of 140 priests were killed, about 88%.
In Lleida, 270 of 410 priests were killed, about 66%.
In Tortosa, 44% of the secular priests were killed.
In Toledo, 286 of 600 priests were killed.
In the dioceses of Málaga, Minorca and Segorbe, about half of the priests were killed.
In 2001 the Catholic Church beatified hundreds of Martyrs of the Spanish Civil War and beatified 498 more on October 28, 2007.
In October 2008, the Spanish newspaper La Razon published an article on the number of murders of Catholic clergy members and religious people.

May 1931: 100 church buildings are burned while firefighters refuse to extinguish the flames.
1932: 3000 Jesuits expelled. Church buildings burned with impunity in 7 cities.
1934: 33 priests murdered in the Asturias Revolution.
1936: one day before July 18, the day the war started, 17 clergymen were murdered.
From July 18 to August 1: 861 clergymen murdered in 2 weeks.
August 1936: 2077 clergymen murdered, more than 70 a day. 10 of them bishops.
September 14: 3400 clergymen murdered during the first stages of the war.

1939: end of the war; a total of 7000 clergymen and 3000 religious people murdered for practicing Catholicism.


Isto foi o que Orwell viu quando chegou a Barcelona:

http://en.wikipedia.org/wiki/Revolutionary_Catalonia

It was the first time I had ever been in a town where the working class was in the saddle. Practically every building of any size had been seized by the workers and was draped with red flags or with the red and black flag of the Anarchists; every wall was scrawled with the hammer and sickle and with the initials of the revolutionary parties; almost every church had been gutted and its images burnt. Churches here and there were being systematically demolished by gangs of workmen. Every shop and café had an inscription saying that it had been collectivised; even the bootblacks had been collectivised and their boxes painted red and black. Waiters and shop-walkers looked you in the face and treated you as an equal.

Isto para nem sairmos aqui das redondezas...

Era isto que que queriam, em vez do regime "fascista" de um Salazar ou Caetano? Tenha dó.

Deixo-lhe a pergunta: V. ia ser dos que fuzilavam os padres, torturavam as freiras, ou dos que destruíam as igrejas?



muja disse...

Ou por outra:

Porque não se define claramente como defensor deste regime? porque esse sim, impunha o que aqui defende.

Carlos disse...


mujahedin مجاهدين,

"Não, estou a falar dos que, em nome da ideologia que V. professa, crucificaram padres, violaram freiras, destruíram igrejas e catedrais e fuzilaram e prenderam pessoas pelo simples facto de irem à missa."

Ok, já percebi.
Está a falar dos que, a coberto das missas, abrigados pelas igrejas e afins, violam crianças ás dezenas todos os dias e pelo mundo fora.

Carlos disse...

mujahedin مجاهدين,

"Deixo-lhe a pergunta: V. ia ser dos que fuzilavam os padres, torturavam as freiras, ou dos que destruíam as igrejas?"

R.: Não.

"Porque não se define claramente como defensor deste regime? porque esse sim, impunha o que aqui defende."

R.: defendo convictamente o regime democrático. Não defendo nem apoio, todos aqueles que a coberto do regime, violam as mais elementares regras de serviço à causa pública.

muja disse...

defendo convictamente o regime democrático. Não defendo nem apoio, todos aqueles que a coberto do regime, violam as mais elementares regras de serviço à causa pública.

Pois. O problema é que isso era o que diziam todos os que cometeram aqueles lindos actos. Todos, sem excepção. Da Catalunha à Sibéria, todos defendiam convictamente o regime democrático... Ainda hoje dizem isso, veja lá.

Está a falar dos que, a coberto das missas, abrigados pelas igrejas e afins, violam crianças ás dezenas todos os dias e pelo mundo fora.

Portanto, segundo V., toda aquela gente, aquelas dez mil pessoas, andavam a violar crianças às dezenas hem? E as freiras, também violavam crianças às dezenas? Essa nunca tinha ouvido...

Defina-se lá então. É de esquerda, ou não é de esquerda? A esquerda matou ou não matou aquela gente toda? Violou ou não violou aquelas freiras? Destruiu ou não destruiu as igrejas?

É preciso ir buscar a Rússia? Ou a China? Ou Cuba? Ou o Vietname? Ou o Cambodja? Ou o Laos? Ou a Polónia? Ou a Jugoslávia? Ou foi tudo excepção?

Qual é a sua esquerda afinal? A sua esquerda é que é a que não mata pessoas? Nem viola, nem tortura, nem odeia a religião? A sua é que é, é isso?



Carlos disse...


"Qual é a sua esquerda afinal? A sua esquerda é que é a que não mata pessoas? Nem viola, nem tortura, nem odeia a religião? A sua é que é, é isso?"

É.

muja disse...

Muito bem. Então e como é que uma pessoa distingue a sua esquerda, das outras?

zazie disse...

A dele acende; como os pirilampos.

Carlos disse...

Rode 180 graus relativamente à sua direita e está logo lá.

muja disse...

Não sei se estou porque eu não tenho, propriamente, uma direita. Nem uma esquerda, para esse efeito.



Carlos disse...

Então!...primeiro, compre um "GPS" ideológico. Depois tente situar-se, porque, sem saber onde está, dificilmente saberá para onde quer ir.

José disse...

Carlos:

V. escreveu para situar a esquerda onde hipoteticamente julga que se encontra:
"Rode 180 graus relativamente à sua direita e está logo lá."

Isso quer dizer que sabe onde está e onde estará o mujahedin.

É assim ou não é?

muja disse...

Mas eu sei exactamente onde estou.

Não preciso é de GPSs ideológicos, porque não pretendo navegar ideologias...

V. tenta dar um sentido espacial a uma coisa que, tanto quanto eu vejo, e V. confirma, não passa de uma etiqueta com que certas pessoas escolhem classificar-se.

Eu estou apenas a tentar compreender o significado da etiqueta que V. escolheu para si. E V. quer-mo explicar em relação a uma outra etiqueta que V. escolheu para mim.

Isto porque V. escolhe identificar-se com uma etiqueta que partilha com determinadas pessoas, mas depois rejeita as acções dessas pessoas e mantém que essa etiqueta, no seu caso, significa algo diferente do delas.

Eu apenas tento perceber onde, na práctica, é que está a diferença.

No meu caso é muito simples: eu sou português. Desse facto decorre uma certa maneira de pensar e um conjunto de princípios determinados que reflectem outros tantos valores, que se condensam e sintetizam nesse elemento dito nacional. Não é coisa que se possa traduzir completamente em mapa e muito menos em recta unidimensional. Não há portugueses à esquerda, nem portugueses à direita, tanto quanto eu vejo.

Há homens que aceitam e estimam os princípios que decorrem da sua nacionalidade, e outros que os desvalorizam, ou desprezam ou mesmo os combatem.
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O único referencial concreto que tenho disponível, portanto, é o da minha nacionalidade. Ora, em relação a esse referencial, apenas há outras nacionalidades ou a não-nacionalidade.

Em qual se inscreve V. e a sua etiqueta?

José disse...

Vou publicar duas páginas sobre esse tema: a linguagem...

zazie disse...

Eu cá publicava era os irmãos Catita a pirilamparem que isto não dá para mais

ahahahahaha

josé disse...

A Esquerda é um lugar miraculoso que basta enunciar para se chegar lá imediatamente. É um estado de espírito.


Com isto não vamos lá, mas é exactamente o que temos.

josé disse...

A Esquerda é um lugar cheio de palavras.

zazie disse...

Pois é. Não sei se este fenómeno existe assim noutros locais.

O José tem ideia?

zazie disse...

Estas palavras todas, de patapoufs também são um fenómeno histórico muito engraçado.

Muito grandiloquente, muito retórico e, depois, muito franciú.

zazie disse...

Ando a pensar a questão do sublime e do bovino (logo com o próprio Longinus) e é bem capaz de entrar nisto.

Unknown disse...

Antes de mais, parabéns ao blogger pelo excelente trabalho. Sou da geração de 1980 pelo que agradeço particularmente a informação e documentação partilhada. Não vejo aqui presunção, que tipicamente marca os "cronistas" jacobinos, que debitam ideias que julgam axiomáticas ao abrigo de uma qualquer superioridade intelectual e moral. O paradoxo é evidente mas só para quem consegue ler nas entrelinhas. Vejo, pelo contrário, ideias u fundamentos, com os quais se pode concordar ou discordar. Mas não vejo alegados axiomas vendidos com apego a supostas "causas".

Quem apela a "localizações" na "esquerda" ou "direita" revela mais ignorância do que sensatez. É uma evidência que certas ideias tidas como de "esquerda" foram, em particular no caso Português, introduzidas pelo Estado Novo. O voto feminino, o anti-liberalismo, etc.

Por outro lado, o regime terá caído mais por factores que podem considerar-se intrínsecos - o ultramar, a impreparação da sucessão, do que propriamente por um qualquer movimento "democrático", seja qual for o significado que se pretenda dar ao termo.

Por fim, desenganem-se os que continuam a ver o 25A como o dia em que ganharam alguma coisa. A suposta "liberdade" nunca trará consigo a dignidade. Essa não é livremente acessível, nem mesmo a quem se diz livre.

Carlos disse...



"V. escreveu para situar a esquerda onde hipoteticamente julga que se encontra:
"Rode 180 graus relativamente à sua direita e está logo lá."

Isso quer dizer que sabe onde está e onde estará o mujahedin.

É assim ou não é?"

Não, José.

Mas, perante toda e definitiva catalogação da esquerda como um todo (ao estilo de pensamento único), só se pode contraditar com uma direita igualmente única, não é?
Tão-só.



mujahedin مجاهدين,
"No meu caso é muito simples: eu sou português."

E tem um país só seu?

E eu sou o quê, nesse seu país? um ocupante?

Carlos disse...


Cícero apoloni,

"Quem apela a "localizações" na "esquerda" ou "direita" revela mais ignorância do que sensatez."

Estou de acordo consigo. Mas aqui, não se faz outra coisa!...Aliás, é só verificar as participações dos comentadores quando este é o tema.

Percebo mais, sendo da geração de 80, não faz sentido reduzir a discussão politica a estes cliché.

José disse...

Carlos:

V. sabe onde se situa a esquerda?

Se souber faça favor de dizer porque é esse o problema que detecto naquilo que escreve. Não basta dizer-se de Esquerda para o ser...

José disse...

Aqui não se faz outra coisa que não tentar situar a Esquerda que domina o panorama político-social de há quase quarenta anos a esta parte. Intelectualmente até há mais tempo que isso.

Portanto não divido entre esquerda e direita. Aponto apenas a eventual localização da esquerda e que não determina necessariamente o lugar de uma direita mítica que nunca existiu em Portugal. Quanto muito existiu o lugar que me lembro bem de existir e que é aquele que o Observador ocupava e dava testemunho.

Mas esse, custe muito aos esquerdistas, não era o lugar da tal direita para onde empurram tudo e todos que não cabem nos seus parâmetros ideológicos.

José disse...

O tal lugar em que me revejo comunga bastantes coisas com a tal esquerda, mas não a linguagem.

JC disse...

Este Carlos fala, fala e não diz nada.

É de esquerda, da "boa", que fica a 180º da direita do Mujahedin, dos que defendem a "causa pública", democrático e anti-"faxista" (não o disse, mas claro que o é).

José disse...

Situar a Esquerda a 180º de um lugar que não se conhece significa nada.

Pode significar ainda assim um grande preconceito que não assenta em ideias seguras ou factos comprováveis. É um idealismo apenas e sem enunciação possível e coerente.

José disse...

A Esquerda dita democrática o que
é? E o que a distingue exactamente da que não o seja e que nem conheço qual é?

O socialismo tipo social-democrata é da Esquerda? E o comunismo também será? E que distingue uma coisa e outra, essencialmente?

A praxis ( como dizem os marxistas)? E que é isso?
O partido Livre do Rui Tavares é de Esquerda porquê? E o que o distinguirá do PS?

José disse...

A Esquerda dita democrática o que
é? E o que a distingue exactamente da que não o seja e que nem conheço qual é?

O socialismo tipo social-democrata é da Esquerda? E o comunismo também será? E que distingue uma coisa e outra, essencialmente?

A praxis ( como dizem os marxistas)? E que é isso?
O partido Livre do Rui Tavares é de Esquerda porquê? E o que o distinguirá do PS?

JC disse...

E o Carlos desconhece, claro, que o tal povo que aderiu em massa ao movimento militar de 25 de Abril era o mesmo povo imenso que, poucos meses antes, aclamava Marcelo Caetano, acabdo de regressar de uma visita a Londres ensombrada pelas denúncias do massacre de indigenas ocorrido em Moçambique.

José disse...

E que aderirá nova e alegremente a quem lhe prometer com credibilidade qb panis et circensis.

Veja-se como anda o PS nas projecções eleitorais para se entender tal fenómeno: aqueles que nos atiraram para mais uma bancarrota aparecem como salvadores da pátria e prontinhos a acabar o trabalho feito.

Carlos disse...

José,

Já, pelo menos duas vezes, lhe referi o meu conceito de esquerda e tudo o que, no essencial, nele encerra.
Aliás, exemplifica o José, várias correntes de pensamento identificáveis com a chamada esquerda. E é por isso mesmo, que contesto o facto de quererem tratar tudo como igual. Não é.
Quanto à caricatura do semi-círculo, tem piada a reacção. Mas, como sabe, qualquer ângulo é obtido relativamente a um ponto a que se designa como centro.
Das várias correntes ideológicas conhecidas e já com referências práticas governativas, estão identificadas duas fortes correntes económicas que as caracterizam: a capitalista (designada como direita) e a socialista (designada com esquerda). Mas, e há sempre um mas, há todo um espaço de equilíbrio que se tenta encontrar entre essas correntes (as tais dos 180 graus) e esse, é ocupado pelo tal centro, ou seja, a chamada social-democracia (com várias cambiantes de designação e de acordo com o freguês).

Portanto, mais do que se discutir a esquerda vs. direita, importa sim, discutir posições sobre rumos.


josé disse...

"Das várias correntes ideológicas conhecidas e já com referências práticas governativas, estão identificadas duas fortes correntes económicas que as caracterizam: a capitalista (designada como direita) e a socialista (designada com esquerda)"

Bem me queria parecer. Conhece algum país socialista, portanto de esquerda nessa acepção, e que seja também democrático?

josé disse...

O "tal centro" também pode ser o meu lugar...e no entanto discordo da esquerda tal como a concebo e vou apontando.

Portanto, o "tal centro" não pode nem deve ser necessariamente de esquerda, como se pretende. Pode ser, sei lá...de centro.

zazie disse...

O centro é aristotélico- a justa medida- o meio termo. A Ordem.

josé disse...

Marcello Caetano era evidentemente de Centro. E nisso é que há quem discorde. Mas sem argumentos sólidos, líquidos ou mesmo gasosos porque esse estado é etéreo...

Carlos disse...

José,

"Bem me queria parecer. Conhece algum país socialista, portanto de esquerda nessa acepção, e que seja também democrático?"

R.: Não. Mas conhece algum país socialista? tal como, conhece algum país verdadeiramente católico e em que os seus naturais se comportem como tal?

"Marcelo Caetano era evidentemente de Centro. E nisso é que há quem discorde. Mas sem argumentos sólidos, líquidos ou mesmo gasosos porque esse estado é etéreo..."

Aqui discordo obviamente. Marcelo Caetano, foi líder de um regime de partido único e que utilizou todas as estruturas existentes (recebidas de Salazar) para se manter e exercer o poder. Posso até admitir, que, pela sua prestigiada formação, poderia ter feito a transição para a democracia (como fizeram em Espanha), mas o facto, é que foi incapaz.

Cumprimentos.

josé disse...

Carlos:

Como pode ler por aqui, não era um regime de partido único. Não era, pura e simplesmente.

Era um regime em que não se admitia o comunismo. O socialismo, em 73 ainda era marxista mas não existia partido.

A CDE era um movimento que agregava várias tendências e os comunistas queriam dominar como pode ver pela reportagem do congresso de Aveiro, ao qual Mário Soares não foi mas foi a mulher.

O regime era de democracia limitada mas não era de partido único.

josé disse...

Mas...se não há países socialistas então o que é mesmo o socialismo?

Um sonho? Uma utopia?

josé disse...

E nós vivemos de utopias, para além das fantasias que todos possamos ter?

muja disse...

E tem um país só seu?

Não. Se fosse só meu, não era um país: era uma fazenda, vá. Mas é o meu. Tanto quanto eu sou dele. Disto, não tenhamos dúvida.

E eu sou o quê, nesse seu país? um ocupante?

Ora era precisamente a resposta a essa pergunta que eu, implicitamente, esperava obter de si: o que é V., Carlos, neste meu país?

Eu não sou filósofo. A Zazie afirma que o centro é aristotélico - é a ordem. Isso não ponho eu em causa. Mas como não compreendo completamente o significado de "aristotélico", porque nunca li Aristóteles, não me posso honestamente servir desse conceito.
Tenho que recorrer a algo mais simples. Por exemplo, à bandeira. Toda a gente compreende o que são bandeiras. Bandeiras são símbolos. E símbolos significam algo.

Ora, V. escolheu identificar-se com a etiqueta "esquerda". Essa etiqueta funciona como uma bandeira. Materialmente, em haste e pano, as bandeiras de esquerda - e é quem as arvora que as identifica como tal - não variam muito: são todas semelhantes e até há, entre elas, bandeiras de alguns países. Mas não há em nenhuma nada de português. Não há quinas, não há cruzes de Cristo, de Aviz, nada. Porquê?

Porque é que essas bandeiras de "esquerda" não têm nada de nacional? E não tendo, porque é que eu, sendo nacional português, e querendo continuar a sê-lo, deveria segui-las ou até tolerá-las no meu país, mais do que toleraria a bandeira castelhana, francesa ou inglesa?
Eu quando vejo uma bandeira inglesa, sei imediatamente que ali se representam e prosseguem os interesses ingleses e não os portugueses. Quando vejo uma bandeira de esquerda, que conclusão devo tirar? Necessariamente a mesma, parece-me: ali apenas se representam e prosseguem os interesses da esquerda e não os portugueses, que são os meus.

Que interesses, portanto, representa a sua bandeira, Carlos?



josé disse...

A Ala Liberal na Assembleia Nacional era o embrião da democracia tal como a temos agora. E existia, actuante.

Amanhã vou colocar um artigo sobre o funcionamento da Assembleia Nacional que prova isso mesmo.

Carlos disse...

"A CDE era um movimento que agregava várias tendências e os comunistas queriam dominar como pode ver pela reportagem do congresso de Aveiro, ao qual Mário Soares não foi mas foi a mulher."

José,

Quer a OD, quer o MDP/CDE, foram sempre alvo de tentativas de domínio por parte do PCP - claro que foram. Mas isso, não significa que toda a oposição fosse comunista - porque não era. Podia contar estórias pessoais, mas não vou por aí.

"A Ala Liberal na Assembleia Nacional era o embrião da democracia tal como a temos agora. E existia, actuante."

Admito que sim, mas não foram a tempo.

"Um sonho? Uma utopia?"
Cuidado José, está quase no bom caminho, mas não se converta. Olhe que por aqui, poucos lhe perdoariam. Há, há, há!...

Carlos disse...

mujahedin مجاهدين,

Com tanta bandeirada já parece mais um táxi, do que um país.

josé disse...

Mas julga que mencionei as palavras sonho e utopia por acaso?

O que ouço sempre em amigos comunistas são essas palavras. Um deles, no outro dia até me disse que o sonho acabou no dia 25 de Novembro de 1975. Estava bem bebido, claro. Mas disse o que pensava.

E quanto a mim esse sonho era simplesmente um pesadelo para todos nós.

É essa dimensão de sonho e utopia que não aceito como válidos porque nem sequer isso são, mas apenas fantasias de criança em adulto.

O sonho e a utopia não devem entrar na política em moldes que a realidade nunca sustentaria.

Carlos disse...

Provocando,

Daqui a pouco, estou como o Valentim no boneco da contra-informação: "quantos são? quantos são?...

josé disse...

Por outro lado esse sonho e utopia conduz directamente a aceitar como válidas as propostas de comunistas e socialistas que se confundem com a parte de sonho e pesadelo.

A par da igualdade para todos subjaz a realidade nua e crua da impossibilidade de tal suceder.

Um crocodilo nunca poderá ser igual a um mamífero que se aproxima do charco para beber. A natureza decidirá a diferença...

Carlos disse...

Agora estou par isto,

Aproveito para recordar o Zeca:

"o que faz falta é animar a malta, o que faz falta..."

josé disse...

O Zeca, por exemplo, tinha propostas políticas inenarráveis. Impraticáveis, impossíveis, totalmente utópicas. E para as impôr aceitava a luta armada contra a burguesia, como lhe chamava.

Esta ideologia e prática não se pode aceitar.

A música do Zeca pode perfeitamente aceitar-se, esquecendo o significado das letras, como dantes acontecia com as canções anglo-saxónicas que valiam apenas pela música e modo como eram cantadas.

Carlos disse...



"E quanto a mim esse sonho era simplesmente um pesadelo para todos nós."

"Olhe que não, olhe que não!" (ui...)

José, o problema, não esteve nas ideias, mas sim nos seus protagonistas (uma cambada de gatunos, traficantes de acções e outras coisas que tais).

josé disse...

As letras das canções do Zeca, as mais revolucionárias e panfletárias são como essas canções em que o que contava eram apenas as músicas e as palavras faziam parte do ambiente sonoro e poético.

A "arcebispíade" do Zeca Afonso do PREC é pior que a pior das intolerâncias e compagina o assassínio e a repressão sangrenta contra os "fassistas", no caso os clérigos. Tal como no tempo de Afonso Costa.

josé disse...

Essas ideias utópicas são isso mesmo: impraticáveis. Fossem quem fossem os protagonistas daria sempre resultado igual como deu em todos os países onde se prometeu tal coisa.

Não encontra um único exemplo de sucesso dessas utopias e sonhos porque não há nem pode haver.

Por isso acreditar em tal coisa é pior que acreditar no pai natal. Esse ao menos ainda existe em fantasia figurada.

Carlos disse...



" E para as impôr aceitava a luta armada..."

José,

Até o agora "endeusado" Mandela a defendeu!

Mas Salazar/Caetano também defenderam a luta armada, ou não?

Como disse, agora estou para isto e vou ouvir a Pedra Filosofal, cantada pelo Manel.

josé disse...

O único sonho possível de realização prática é o do trabalho individual, do esforço colectivo com respeito por esse trabalho e iniciativa privada.

As pessoas não são todas iguais nem podem ser, apesar de sermos iguais no destino que temos, para quem acredita em Deus.

Essa diferença produz todo um programa de realização política e nunca conduz ao socialismo que é um logro.

josé disse...

A luta armada pode ser legítima para derrubar um governo ilegítimo e despótico.

Coisa que nem Salazar ou Caetano foram. A não ser para os comunistas que queriam substituir tal regime por outro ainda mais despótico e ilegítimo do que aquele que acusavam de o ser.

A PEdra Filosofal é um grande poema mas apenas isso. E tem uma música muito boa do Manuel Freire. Tenho o single original e lembro-me do Zip-Zip em que tal foi cantado.

Porém, foi usada como arma de arremesso contra o regime e por isso acaparada pelos esquerdistas.

Olhe se conhecem o José Almada que é do mesmo tempo e época e tem músicas muito melhores que essa!

josé disse...

O Mandela teve razão mas quem mandava no país de então também tinha a sua razão.

A luta pelo fim do apartheid acabou com tal regime, mas será que melhorou a vida dos pretos de lá?

Carlos disse...



"O sonho e a utopia não devem entrar na política em moldes que a realidade nunca sustentaria."

Mas, passando a utopia a realidade, essa mesma realidade, deixa de ser utópica. Assim como toda a ficção, o deixa de ser até ser concretizada, ou não?

Carlos disse...



"Porém, foi usada como arma de arremesso contra o regime e por isso acaparada pelos esquerdistas."
E já agora, lapisada pelo regime.

josé disse...

Acha possível, politicamente, a igualdade real de todos os cidadãos de um país?

Acha aceitável que quem trabalha mereça o mesmo que quem o não faça por não querer ou se esforçar para tal?

Acha possível uma igualdade efectiva e real entre quem tem mais inteligência e quem não tem?

Entre quem tem maior beleza e quem não tem?
Entre quem é velho e quem é novo?
Entre quem tem carácter pacífico e quem tem temperamento violento?

Carlos disse...


"Olhe se conhecem o José Almada que é do mesmo tempo e época e tem músicas muito melhores que essa!"

Quem é o Zé de Almada? manifesto a minha ignorância sobre este nome.

josé disse...

O regime lapisava tudo o que lhe parecia subversivo e comunista.

E tinha lógica nisso, embora fosse algo estúpida porque o que é proibido torna-se o mais desejado. E foi isso que sucedeu.

Na Inglaterra de 1973 censurava-se por exemplo o filme Trash de Abdy Wharol por ser indecente.

Tal como por cá.

josé disse...

Ponha no Google José Almada Loja da Esquina ou ié-ié e logo verá quem é

josé disse...

V. conhece actualmente alguma canção subversiva que pretenda pôr em causa o regime?

Imaginemos que aparecia por aí uma cantiga a manifestar o mesmo que o Zeca contra a burguesia.

O que sucederia agora? Seria levada a sério?

Carlos disse...

José,

A igualdade não deve resultar de um conceito matemático, mas sim de valores, como:

No respeito;
na justiça;
na solidariedade;
na partilha,
etc., etc., etc...

josé disse...

Essa igualdade é utópica e nem precisa de existir porque esses valores a suplantam.

Carlos disse...

"V. conhece actualmente alguma canção subversiva que pretenda pôr em causa o regime?"

A música da Ana Bacalhau "parva que sou", pode ser entendida como tal.

josé disse...

A questão é que filosoficamente a Esquerda pressupõe sempre essa igualdade matemática...

josé disse...

A canção da Ana Bacalhau é subversiva?

É apenas de protesto e nem sequer violento...

Qualquer uma do José Jorge Letria lhe dá água pela barba.

Carlos disse...



"Essa igualdade é utópica e nem precisa de existir porque esses valores a suplantam."

Com esta agora, fundi!

Gostei muito deste bocadinho, mas tenho que me pôr ao fresco.

Boa noite ao "silencioso cuscas"

josé disse...

Boas.

Carlos disse...

ups!...

aos "silenciosos cuscas"

Carlos disse...

"Qualquer uma do José Jorge Letria lhe dá água pela barba."

Não era a este período que se referia?
Conhece o efeito multiplicador no protesto ao governo Sócrates, que teve a música "Parva que sou"?

Mas se quiser ainda, uma outra música de protesto vs. frustração, então terá o FMI, do meu amigo Zé Mário Branco.

muja disse...

Pois Carlos, um táxi.

Vem mesmo a propósito para se meter nele e dar à sola, que argumentar não é muito consigo quando toca a explicitar certas coisas. Eu compreendo que seja difícil. É mais fácil desconversar.

Mas pense nisso quando vir aquelas bandeiras todas nos comícios da "sua" esquerda ou das outras; pense, quando vir as bandeiras da URSS, da China, do Vietname, ou variações dessas bandeiras; qual é o seu país.

Pense qual é o seu país. Pense se gostava, de facto, de ter um país. E pense se o país que gostava de ter é Portugal. E depois pense qual é o seu papel no país. Pense qual é o papel de cada um dos que fazem parte desse país.

E, por fim, pense qual a imagem que transparece, para quem gosta e estima o seu próprio país, de alguém que segue bandeiras estrangeiras, em nome das quais e sob as quais se mataram e torturaram milhões de pessoas, por coisa nenhuma. E aperceba-se que é essa a sua imagem.


Carlos disse...

José,

Curioso, como o mundo é de facto, pequeno.
O José Almada, vive onde viveu o Manel Freire. Há época, trabalhador na F. Ramada em Ovar.

Fiquei com besouro no ouvido!

JC disse...

Há época? Há?

A obscenidade do jornalismo televisivo