sábado, dezembro 14, 2013

Escarros morais na Assembleia da República

Em tempos já por aqui mostrei a imagem do O Jornal de 23 de Janeiro de 1980 em que se dava conta de um "debate" na Assembleia da República entre democratas de luxo que então ocupavam o lugar destinado pelo respectivo partido.
Sousa Tavares, pai do actual cronista do Expresso e bem conhecido compadre do Salgado do BES, Raul Rego o antigo seminarista virado jacobino e mata-frades e António Campos, o pai de outro que agora senta nas filas de trás para ouvir das boas sobre as PPP´s que ajudou a negociar com as empresas do regime e que disse publicamente na tv que vive com a ajuda dos pais, ou seja o tal Campos que então reagia violentamente a impropérios daqueloutro.
"Animal!", atirou o Campos ao Sousa Tavares quando este lhe chamou mentiroso. "Escarro moral" , saiu logo disparado da glote do Sousa Tavares para o amarfanhar nesta disputa de craveira cívica elevadíssima, digna das melhores praças de peixe do país.

Isto aconteceu meia dúzia de anos depois daquela sessão na Assembleia Nacional, sobre o caso da capela do Rato...e dá para perceber a subtileza da diferença. Para alguns, a antiga assembleia cheirava a mofo e preferiam, pelos vistos, a liberdade de expressão destes interveneientes democratas, dignos dos melhores momentos dos parlamentos de terceiro mundo.

6 comentários:

Zé Luís disse...

Nunca mais esqueci essa cena.
Os pródigos sucedâneos de resto lembram-nos constantemente, mais do que a elevação do discurso, o "perfil" dos novos tudólogos saídos das cavernas das ruelas onde se educaram.

Maria disse...

Que vergonha de gente. Melhor que falta de decência, de civilidade e sobretudo de educação, de quem se intitulava descaradamente ser 'a voz do povo' a quem este tinha entregue a representação. E consideravam-se aqueles espécimes, de formação moral pela rama (ou bastante abaixo disso) os 'deputados' da Nação...

Aquele descarado António Campos ainda teve o desplante (só por aquela altura..., porque se presentemente ainda lá marcasse presença, tocava a bola muito mais baixinho) de interrogar, repetindo a pergunta várias vezes!, "se as famílias (presume-se que as mais conhecidas socialmente) tinham sido preferencialmente tratadas na concessão de crédito"!!! De facto foi preciso ter muita lata para desempenhar (ele e vários outros da sua igualha lá presentes, ainda que, nas alusões, diferentemente) aquela reles comédia.

É claro que por aquela altura os debates na Assembleia da R. ainda eram absolutamente críveis por todos nós, embora, pela amostra, já se baseassem numa verbalização abjecta, numa falsíssima probidade, numa indignação postiça e em nenhuma elevação política. Aquela degradante mise-en-scène desenrolava-se (e continua a desenrolar-se) em plena 'casa da democracia', simplesmente porque era a direita a governar e porque evidentemente os grandes 'democratas e libertadores do povo' ainda não tinham chegado ao poder, onde seria dado o início então e finalmente à maior farsa jamais vista em Portugal.

Mas poucos meses tardaram como se sabe e assim tal aconteceu e já bem instalados no poleiro e a ele colados com grude para sempre, ao comando desta infeliz Nação encontrámos/encontramos os maiores corruptos, criminosos e ladrões que o nosso Nobre e milenar País pensou algum dia vir a conhecer.

Todavia, perguntas verdadeiramente incómodas feitas sobre a lisura e a preferência nas concessões de crédito a determinadas "famílias políticas impolutas e honestas" do presente - tal como as feitas em 80 pelo tal A.C. e provàvelmente por muitos outros mais, a uma direita então no poder - nem em sonhos se fazem quanto mais na realidade. E essas, sim, teríam hoje toda a razão de ser... Pois, mas é por estas e por outras que desde há muitas décadas os 'Antónios Campos' desta vida se conservam calados que nem ratos. Pois, pudera!, de então até hoje a corrupção galopante esquerdista, onde ele próprio se inseria e também alguma direitista, atingiu tão gigantescas proporções, sem que os responsáveis (protegidos do extrior) se intimidem mìnimamente pois é praticada à luz do dia e a todas as horas, que, dada a pouca vergonha e o nível estrastosférico atingidos, mal houvera se o fizera. Mas se tal acontecera mais profundamente se enterrara... se por hipótese absurda ainda espaço lhe restara.

Desde há décadas que temos vindo a ser criminosamente governados por um gangue mafioso perigoso e violento. Muitos dos seus elementos são culpados de alta traição à Pátria. Este é o crime socialmente mais grave cometido por qualquer cidadão e punido ainda hoje com pena de morte em todos os países do mundo, incluíndo as democracias mais modernistas e progressistas.

muja disse...

A nossa "esquerda" residente não se pronuncia neste.

É pena.


Carlos disse...

Como?

"...punido ainda hoje com pena de morte em todos os países do mundo, incluíndo as democracias mais modernistas e progressistas."

Quando as mentiras são demasiado óbvias, tornam-se delírios, demagogia, sacanagem, etc., etc..

Maria disse...

Não são mentiras coisíssima nenhuma. Na democracia que se considera a mais progressista e 'respeitadora dos direitos humanos', do mundo, traidores ou não traidores são executados na cadeira eléctrica todos os dias. O mesmo se passa nas 'democracias populares' que existem pelo mundo, designadamente as africanas. Já para não falar nas ex-repúblicas democráticas sob domínio soviético, em que as execuções sumárias foram aos milhões, fossem eles traidores ou não traidores. E porventura ainda continuam a sê-lo mas de uma forma mais sofisticada, como a jornalista que investigava a corrupção no país e foi morta à porta de casa e o activista que, depois de sofrer horrores durante semanas, veio a morrer numa cama de hospital em Londres depois de ter sido discretamente envenenado/executado num jantar (segundo notícias da altura) por um agente secreto de uma dessas 'democracias' ex-satélite da URSS.

E por cá, que já não somos uma 'ditadura' mas um Portugal 'livre e democrático', mas pouco, o mesmo acontece aos inimigos (deles) que nem traidores são, mas sim defensores do seu país e contra as seitas maçónicas que o oprimem. E são patriotas que só por lutar abertamente contra as seitas e quem as representa, pensando poder fazê-lo porque em 'democracia', são executados pelos métodos mais vís e diabólicos, mas não faz mal, estamos em democracia e é quanto basta. Os 'democratas' safam-se sempre por mais grave que seja o crime por eles praticado. É por isso que eles querem impor à força as democracias onde não as há, ainda que os povos as rejeitem liminarmente.

Mas tudo isto tem alguma piada, não fosse ocaso de ser tremendamente trágico, execuções desta ou de outra natureza sequer parecida não aconteciam no regime E.N., mesmo a traidores à Pátria declarados, que por ser alcunhado de 'tenebroso fascismo' pelos verdadeiros ditadores e fascistas que governam as democracias modernas, a nossa incluída, tinha todas as razões e mais uma para o fazer, ficando com o proveito já que da fama não se livra. Mas para ódio incontido dos verdadeiros traidores à Pátria, estes que se aproveitaram da democracia' para nos destruir, nada disso aconteceu, o que os deixa possessos de raiva por não poderem pegar em crimes realmente graves cometidos pelo 'faxismo' para o crucificar ainda mais - como outrora aconteceram aos milhões e hoje continuam a acontecer talvez e ainda aos muitos milhares, a maioria deles inocente, nuns casos sòmente por lutar pela sua Pátria e contra os opressores, noutros casos simplesmente porque... sim. Como, para dar um só exemplo, os milhões de deportados inocentes enviados para a Sibéria durante o estalinismo, muitos deles executados à queima-roupa, uns ùnicamente por desporto, outros por genuína maldade.
Comparar o regime autoritário do E.N. com as sanguinárias 'democracias' de Leste ou mesmo outras ocidentais, é o mesmo que comparar o Céu com o Inferno.

Carlos disse...



"Na democracia que se considera a mais progressista e 'respeitadora dos direitos humanos', do mundo,"

E desde quando é que este país, representa todos os países do mundo?

Engraçado, as democracias civilizadas aqui utilizadas para comparação, são as "democracias populares africanas e as repúblicas das ex-URSS!

A obscenidade do jornalismo televisivo