domingo, abril 26, 2015

A ideia de Salazar e a Censura

Do livro Como se levanta um Estado, publicado originariamente em francês, em 1936, para explicar o Estado Novo aos franceses que visitaram o Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, a realizar em 1937, foi mais tarde traduzido  e conhecido décadas depois:




Como se lê, Salazar punha de lado, liminarmente, o fascismo como modelo de Estado semelhante ao nosso que aliás se assumia abertamente como ditadura. Assumia o nacionalismo mas não do modo fascista que ressumava a racismo e distinguia cidadão e sujeito.
Mas deixa vincado que o Estado é quem domina, particularmente nas actividades que " tenham um interesse político directo ou um interesse na formação da consciência nacional". Era o caso da Educação, Imprensa, reuniões públicas, organizações diversas.

Por causa deste entendimento, em Portugal, durante décadas vigorou a Censura que mais tarde amaciou crtitérios e passou a chamar-se Exame Prévio.

Os livros de cariz político-doutrinário que essa Censura proibiu de circularem livremente pelas livrarias e serem assim publicitados, entre outros eram estes:





Todas as imagens são do livro "Livros proibidos no Estado Novo". edição da Assembleia da República.


A atitude política de Salazar em proibir a divulgação destes livros constituiu a meu ver um erro grosseiro, cujas consequências se tornaram dramáticas logo a seguir ao 25 de Abril: militares pouco ou nada politizados foram logo  completamente manipulados pelo esquerdismo comunista, bem informado dos seus princípios, como sucedeu com o COPCON e uma certa ala do MFA que dominou até ao Verão de 1975.

E foi um erro porque não evitou o que pretendia evitar, uma vez que o fruto proibido se torna o mais desejado e nos casos em que se pretendia efectivamente proibir a divulgação era irrelevante uma vez que aqueles que queriam ler estes livros acabavam por o poder fazer.

7 comentários:

Zephyrus disse...

Comunismo e nacional-socialismo são regressões da Humanidade a estadios primitivos.

O chefe de tribo ou o sacerdote são líderes endeusados. Têm depois a sua corte, e os profanos escravizados trabalham para sustentar o poder.

O socialismo que vigora em Portugal é uma versão mais suave deste modelo de outras eras.

O modelo de Salazar nunca se poderá comparar ao fascismo nem ao nacional-socialismo.

Zephyrus disse...

Ora isto promete:

«Não é um dirigente conhecido do grande público, mas as denúncias, com nomes e outros dados, constituem uma acusação grave. Antigo secretário-geral do PSD/Porto e ex-dirigente da mesma estrutura, Paulo Vieira da Silva escreveu um extenso texto na sua página pessoal do Facebook, onde acusa Marco António Costa de ter montado uma "rede" de influências desde os tempos de vereador na Câmara de Valongo, sem olhar a meios para atingir os fins. O texto que serve de base a esta denuncia - que pode ler abaixo, na íntegra - foi já enviado por aquele militante à Polícia Judiciária, Procuradoria-Geral da República e Ministério Público. "Obviamente, tenho documentação que sustenta o que digo. Se no prazo de 15 dias não for chamado a esclarecer o que escrevi, eu próprio tomarei a decisão de questionar as autoridades", esclareceu Paulo Vieira da Silva à VISÃO.

Ler mais: http://visao.sapo.pt/ex-dirigente-do-psd-denuncia-marco-antonio-costa-a-pj-e-a-pgr=f817651#ixzz3YQn97jxM»

josé disse...

Já estive a ler tal denúncia, que circula em pdf e o que posso dizer é que é uma mão cheia de nada de concreto.

Lamentável.

Floribundus disse...

o Estado Novo era semi-totalitário porque além do ensino e outros domínios que considerava seus

estabelecia planos de fomento para 2 sectores

o problema dos 'milicos' não é a falta de preparação ideológica
estão ali para 'ganhar o meu'

o que disse o básico salgueiro foi-lhe enviado pelo 'correio'

os livros pouco interesse têm devido à iliterracia

um gajo conhecido por 'copos' dirigiu uma biblioteca

Floribundus disse...

a escolaridade foi um dos muitos pontos fracos da I rep

os hábitos de leitura eram tão fracos que em 1949
comprei um livro com uma barra onde se lia '1º milhar' (agora diriam o mais vendido)

contam-se pelos dedos duma mão os ml que leram e compreenderam o judeu marx

lembro-me dum parvalhão que em 63 passeava um jornal inglês debaixo do braço e o escondeu quando me viu com receio que lhe pedisse para ler uma notícia

Zephyrus disse...

«a escolaridade foi um dos muitos pontos fracos da I rep»

No final da Monarquia Constitucional alguns deputados tentaram tornar a escolaridade obrigatória e punir os pais que tirassem os filhos da escola. A medida não passou. Justificação: «feria os brandos costumes portugueses».

João Nobre disse...

"A atitude política de Salazar em proibir a divulgação destes livros constituiu a meu ver um erro grosseiro, cujas consequências se tornaram dramáticas logo a seguir ao 25 de Abril: militares pouco ou nada politizados foram logo completamente manipulados pelo esquerdismo comunista, bem informado dos seus princípios, como sucedeu com o COPCON e uma certa ala do MFA que dominou até ao Verão de 1975."

Tudo verdade!

Divulguei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2015/05/a-ideia-de-salazar-e-censura.html

A obscenidade do jornalismo televisivo