sexta-feira, maio 15, 2015

A psicanálise da Revolução de 25 Abril de 1974: vira-te p´ra mim ó rosa que o cravo já está virado...

Em Maio de 1976 saiu para a rua uma revista interessante, para a época: Opção. Dirigida por Artur Portela Filho, a linha editorial resume-se num facto: uma entrevista de seis páginas com Emídio Guerreiro, cujo nome só aparece no fim. Nas duas páginas antecedentes uma crítica acerba a um livro "de direita", as "Crónicas e Cartas" de Manuel de Portugal, um pseudónimo que escrevia no jornal Tempo.
 Artur Portela Filho que tinha escrito "Fundas" nos jornais, em oposição ao regime marcelista diz abertamente no editorial:
"Opção pretende ser a voz que a Esquerda ( sic) pode e deve ser- a voz forte da razão, da competência. do futuro".  Programa definido e assente.
O projecto assim tão ambicioso durou pouco tempo, dois anos que foi o tempo da primeira bancarrota, da co-responsabilidade deste figurão que aparece nesta capa:


Na entrevista a Fernando Dacosta, abaixo citada, em dada altura o mesmo refere a excelência dos colaboradores da revista- Eduardo Lourenço, Eduardo Prado Coelho e Eduardo Luís Cortesão, entre outros-  um trio de eduardinos que segundo Dacosta "desmontavam essa visão de Portugal e dos portugueses, na revista Opção". A visão seria o comportamento de certos políticos de então que não compreenderiam o tempo por que passavam e os tais eduardinos seriam os paladinos da lucidez interpretativa dos tempos que mudam...

Vejamos, por exemplo, no nº4 da revista,  publicado em 20 de Maio de 1976 o que se dizia da Revolução de 25 de Abril, com a participação de um dos eduardinos, psiquiatra, mais dois psicos mirins- Maria Belo e António Bracinha Vieira.


Será esta análise a tal expressão do génio dos tais eduardinos? Enfim. Quando leio que precisávamos então de ter mais "tomates" ou seja "pénis à vista" lembro-me logo que ainda há por aí uns figurões que acham que isto tem falta de disse mesmo, ou seja, de "tomates".  Na verdade, o que o mesmo escreveu foi "colhões", mas vai dar ao mesmo raciocínio que me recorda, por outro lado, a música repetitiva dos americanos Village People, um grupo de homos  saídos do armário naquela altura.

Portanto, para aquilatar da genialidade do Eduardo Cortesão fica mais uma página da Opção de 23 de Setembro de 1076. É sobre o luto que não foi feito ao...salazarismo. 

E uma outra do eduardino-mor, Prado Coelho, já falecido e que escrevia sobre a influência do pensamento francês no comportamento das nossas margaridas, em 19 de Maio de 1977.


Questuber! Mais um escândalo!