quinta-feira, dezembro 10, 2015

Mudem a equipa editorial do Público, senão o jornal acaba.

Expresso online:

O jornal "Público" abriu um programa de rescisões voluntárias, a que os trabalhadores podem aderir até 6 de Janeiro próximo, no âmbito de uma reestruturação mais alargada, que inclui o fim da publicação da revista 2 já em Janeiro.

A administração do "Público" enviou uma carta aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, na qual fala nas dificuldades de viabilidade que o jornal enfrenta e na necessidade de reduzir custos, o que passa por um programa de rescisão voluntária.

Segundo apurou o Expresso, na origem desta medida está o facto de o "Público" estar na iminência de fechar o exercício deste ano com um prejuízo na ordem dos três milhões de euros. Um prejuízo similar ao que o jornal registou em 2012, quando decidiu avançar com o despedimento colectivo de 48 trabalhadores para tentar alcançar uma poupança anual de custos na ordem dos 3,5 milhões de euros
.

Qual o problema do Público? Ninguém compra o jornal.  Porquê?
Se perguntarem à sua directora, dona Bárbara, será talvez por causa da conjuntura adversa. A crise, a troika, a austeridade, a direita, o neo-liberalismo, enfim o Passos. 

Como não há cego pior do que aquele que não quer ver, a não ser os mais de três milhões de euros de prejuízo num ano, talvez valha a pena dizer duas ou três coisas, vindas de quem lê  o jornal desde o primeiro número no início dos noventa e que o comprava regularmente, deixando de o fazer quando esta direcção inflectiu para o jornalismo de causas da Esquerda intelectualmente hegemónica. 
Actualmente compro ( mas compro mesmo) o jornal  para ler artigos de opinião sobre a Esquerda e a unidade e frente de Esquerda que é um fenómeno deletério para o nosso país, na minha opinião. E só o compor por isso. Para um jornal diário é muito pouco. 

O Público actual não tem um jornalismo que seja essencial e imprescindível e perante a concorrência fica sempre a perder. O Correio da Manhã informa melhor, de modo mais sucinto e eficaz, mesmo com a faca sempre na liga das anunciantes de costumes de mau-gosto.
Provavelmente os jornalistas do Público serão tão bons como os demais, mas ainda assim é pouco porque muitas vezes querem armar a um pingarelho pedantesco sem sentido, principalmente nas notícias do fait-divers que muitas vezes parecem envergonhadas de dizer o que devem dizer e que o Correio da Manhã diz muito bem. A escola de jornalismo do Correio da Manhã foi diferente da do Público? Não creio.  
Será que os jornalistas do Público não percebem que a sua directora e equipa editorial já deviam ter saído há muito e dar lugar a alguém que quisesse fazer um jornal menos pedante e mais consentâneo com o público a quem supostamente se dirige, ou seja uma classe média medianamente instruída mas cada vez menos informada?  

O principal defeito do Público é a propensão para a causa política do agrado de quem dirige o jornal. Não conseguem desligar-se dessa militância que chateia quem lê. Eu não quero que me digam, principalmente um jornal diário, e muito menos subrepticiamente, o que devo pensar sobre os assuntos. Quero apenas que me digam com toda a objectividade o que se passou aqui ou ali que tenha relevância e interesse plausível e que mostre a maior isenção em apresentar os lados de uma questão. 
Não quero um jornal feito de opinadores quase todos no mesmo sentido político e apenas com um par de cronistas ( JMT e VPV)  que supostamente asseguram um pluralismo que o jornal não tem.  

Portanto, em resumo, o problema do Público e que vai acabar com o jornal são estas duas questões: um jornalismo pedantesco e um enviesamento político desnecessário e de causa fracturante e de esquerda que nem disfarçam no modo como fazem o jornalismo. 
O Público é um jornal diário que pretende  arremedar os semanários? Fica a perder.  
Querem sobreviver? Têm que "matar" a direcção editorial porque com ela perecerão inevitavelmente. 
E não deixa de ser uma pena.

15 comentários:

adelinoferreira disse...

É evidente que o jornal online tira leitores ao "papel". O Público já está a antecipar o que vai acontecer. O "papel" ficará para os info-excluídos que buscam encontros sexuais e outras "cenas"

JReis disse...

Não compro o Público mas confesso que espreito sempre as crónicas de VPV e JMT pois são de facto as únicas que maquilham um pluralismo que o jornal não tem pois a sua opção editorial é um plano muito inclinado para uma esquerda progressista a roçar o empedernido. Oxalá o Correio da manhã possa acordar a transferência das crónicas de VPV e JMT e empurrar borda fora aquele idiota do Bastos que só escreve trampa.

josé disse...

O Bastos escreve trampa mas embrulha-a bem estilisticamente. Deixe-o lá ficar para arredondar o fim do mês...

João Nobre disse...

O Público é o pasquim mais politicamente correcto que conheço, pior ainda que o Diário de Notícias. No fundo não passa de mais um órgão de propaganda neomarxista, ao serviço da elite e dos idiotas úteis do costume.

JReis disse...

Uma crónica vale pelo seu conteúdo e não é literatura. Já me esforcei por tentar ler aquela trampa mas não consigo, aquilo é um fóssil desmiolado.

josé disse...

O Bastos é um Ferreira Fernandes mais leninista...

joserui disse...

Devia ser um jornal de referência, é o jornal oficioso do bloco de esquerda. Pedante, como só a esquerda caviar o consegue ser, com aquela moral toda… Alguém paga aos 3M por ano para ajudar a destruir o país, a culpa não é da Bárbara, é de quem lhe dá guarida. -- JRF

Carlos Conde disse...

Os prejuízos do jornal Público são um crédito oculto da Sonae sobre a esquerda.

Um grupo extremamente bem gerido, que sabe entrar e sair nos negócios, que visa saudavelmente ganhar dinheiro, finalidade primordial das empresas, manter um negócio ruinoso sem existirem interesses cruzados por baixo dos panos é absolutamente irrealista.

Todos têm um preço: o do Belmiro é Público.

josé disse...

Os italianos tinham o pizzo na Sicília que era o pagamento dos comerciantes aos mafiosos.

Aqui o pizzo é do valor de 3 milhões de euros por ano, preço que a Sonae tem pago sem bufar muito.

joserui disse...

Senão o quê? Não percebo… isto não é Itália… Ameaçam com uma greve geral no Continente? A sério? Azucrinam o grupo nos jornais? — Sem o pasquim, seria sempre menos um. A esquerda quer jornais, que os pague. Não falta dinheiro, ou como dizia o paizinho deles todos "o dinheiro aparece". -- JRF

Dudu disse...

Desde o 1° numero que comprava o jornal. Fui tolerando tudo, ate o Correia de Campos.
Quando cortaram a cronica da Helena Matos, achei chegado o momento de acabar.

joserui disse...

É que pensando bem no assunto José, não sei quem são os mafiosos aqui… se os comerciantes, se os outros. O país está como está mas a vida tem corrido bem à Sonae. Enxamearam o país de mamarrachos inacreditáveis de tão mau gosto, por cada emprego que criaram destruíram não sei quantos Entre micro, pequenas empresas e empresas familiares que destruiram… os centros das nossas cidades… Fazem o que querem. Aqui onde moro, a construção é segundo um PDM próprio… ao josérui não deixavam construir prédios em cima das ruas, varandas por cima do passeio, o espaço todo impermeabilizado, ruas novas onde não se cruzam dois automóveis… A Sonae também é bem uma empresa à imagem do resto do país. -- JRF

joserui disse...

Ao que acresce a Sonae ser uma empresa absolutamente sem gosto nenhum… o país está mais feio devido à Sonae. 90% do que construiram deviam ser obrigados a demolir e a colocar a paisagem como estava. -- JRF

muja disse...

Pois JRF, concordo. Mas se calhar tem aí a resposta: possuir um jornal em que se podem publicitar certas opiniões de certas pessoas, pode ser uma ferramenta eficiente para desbloquear certas situações e certas dificuldades... Sem cair em coisas inenarráveis que abelhudos possam depois vir investigar...

joserui disse...

Não colhe Muja… e os outros então? A Sonae devia tê-los também no bolso. Como tinha o BES via homens de mão e publicidade paga…
O Público deve ser visto pela Sonae como algo prestigiante e/ou, algo que eles dão à sociedade portuguesa. Mas por mim, podem ficar com o presente. -- JRF