segunda-feira, dezembro 26, 2016

Hitler e Estaline: genocício de raça contra genocídio de classe...

O Expresso vai publicar em meia dúzia de fascículos uma obra biográfica de Estaline, de um autor inglês nascido em 1965.

A biografia parece que teve sucesso lá fora e será uma espécie de liofilização de um grande terrorista, um dos maiores de sempre em crueldade e eficácia no extermínio de massas humanas. Um genocida.

O Expresso no entanto não vai por aí, por esse caminho de ideias claras porque nunca pretendeu tal coisa, a propósito do comunismo.
Se assim fosse, o PCP não seria o que é porque os portugueses conheceriam melhor o horror e existência história de crimes contra a Humanidade cometidos por aqueles que o PCP idolatra como mentores ideológicos de sempre, na luta de classes permanente. Se assim fosse não assistiríamos a indecências de ouvir as ignorantes ritas ratos a proclamar a virtual inexistência dos gulags, porque nunca ouviu falar neles.

Estaline é um dos heróis ideológicos do PCP, apesar de formalmente o Partido se ter demarcado dos feitos do kamarada "pai dos povos", quando o mesmo caiu em desgraça, com o advento da era Krutshev e dos ventos da História que se fartaram do soprar até 1989.

Para prefaciar a obra o Expresso convidou Paulo Portas e Francisco Louçã e na edição desta semana entrevista este último para o ouvir dizer barbaridades e enormidades de uma gravidade tal que só se passaram despercebidas por ser tempo de festas de Natal.
























Quando afirma o tal "absurdo", Louçã explica que tal é "grotesco do ponto de vista histórico", sem se dar conta do trejeito facial que tal implica.

O que Loução pretende afirmar sobre Estaline em comparação com Hitler é um puro branqueamento daquele e das suas acções, inserindo-as num contexto político que nega ao último.
Sobre os milhões de mortos de um lado e de outro, os mortos russos foram "consequência da necessária, mas brutal industrialização" ( como se os restantes países até então ruralizados também tivessem que dizimar os lavradores para passaram ao progresso industrial...), depois com  a catástrofe desencadeada pela fome dos anos 30-33 ( como se tivesse sido uma praga divina...). Ou ainda, acrescenta " a devastação humana provocada pelo período do Grande Terror, entre 1934 e 1939, com gigantescas purgas no PCUS e no Exército" ( como se tal fosse um fenómeno imprevisto e sem autor concreto e principalmente como se o PCP não o conhecesse de ginjeira tendo lá militantes destacados, em Moscovo, nessa época, como foi o caso do comunista  Francisco Miguel que nunca falou publicamente do assunto mas sempre denunciou o Tarrafal como o inferno na Terra.) .

 Enfim, este Loução apresenta-se mais uma vez como um farsante notório cuja importância lhe é dada pela Impresa de Balsemão por motivos desconhecidos e não mereceria um parágrafo de atenção se não fosse um manipulador da opinião pública, em modo falsário.

Lá fora não teriam atenção alguma porque há longos anos que o comunismo e Estaline foram devidamente denunciados como aquilo que verdadeiramente são: horrores da Humanidade, comparáveis a outros, incluindo o nazismo na vertente genocida.

Em  1997 a editora francesa Robert Laffont publicou o Livro Negro do Comunismo, de vários autores e cuja matéria se estendo por 846 páginas.

A primeira meia dúzia chega para dar uma visão aprimorada do que Louçã deveria ler antes de afirmar burricadas:



O único absurdo derivado da comparação é o facto de Estaline ter sido um carrasco maior e mais cruel que Hitler. Genocidas foram, ambos. Um, tentando eliminar uma raça; outro, tentando eliminar uma classe, a dos kulaks,  bem mais alargada do que uma raça propriamente dita. Quanto aos métodos, as semelhanças também não fogem muito da realidade: campos de concentração, execuções em massa, fome como arma de guerra e extermínio massificado em escala industrial. Como se escreve no livro, a morte à fome de uma criança no ghetto de Varsóvia equivale para todos os efeitos à morte de um kulak, à fome que lhe foi induzida explicitamente pelas medidas políticas de Estaline.

Os mortos de Estaline não se ficam pelos  750 mil  que pereceram nos gulags. Extravasam para os milhões ocorridos nos campos, com as deportações e a fome induzida para tal, à falta de meios para construirem fornos crematórios.

Relativizar os crimes de Estaline só porque o mesmo é um "revolucionário" é obsceno. E é isso que Louçã é, só que o Expresso e a sua direcção não pensam assim.
Ou por ignorância ou por cumplicidade. Aposto mais nesta última hipótese.

10 comentários:

Rick disse...

O Trafulha Junker(um dos fantoches da plutocracia globalista) entretanto veio dizer que o google e o Fb devem parar com as "mentiras" veiculadas na net.Ao que chegamos meus caros,acho que nem Orwell(o autor de "1984" e "Animal Farm")previu isto.

Rick disse...

Quanto à aposta na cumplicidade concordo consigo,o sr Balsemão(e seus serventes) pode ser tudo menos ignorante.

foca disse...

Esse Louçã é um asco

altaia disse...

Todos os mentirosos cheiram a ASCO

Floribundus disse...

até a filha fugiu do paraíso

dizem que morreu a espernear devido a uma almofada mal colocada

por falar em comunas
dizem que o monhé parecia um 'estradista' tipo zé dos bigodes

joserui disse...

Estaline e comunistas chineses (por exemplo, mas julgo que outros também), também são genocidas de raças e culturas, não foi só Hitler e o nazismo. Isso da classe deu jeito, mas depois vieram revoluções culturais e outras tretas que dizimaram povos e culturas inteiras. Ainda hoje acontece na China, senão ao nível do genocídio, ao nível da repressão mais cruel. Aliás a China é um país com uma cultura milenar, mas de primeira e de segunda (e terceira, etc). Para os comunas há sempre a cultura da boa e da má — é como o Gulag e o Tarrafal, mesmo que estivessem no mesmo patamar. Assim sendo, os comunas chineses para manterem o mito da "grande China" reprimem fortemente tudo o que saia do figurino comunista, destroem maios de vida e costumes milenares e depois importam pseudo-cultura ocidental que chega à cópia de monumentos e cidades inteiras numa cultura de fachadismo em que nem as fachadas são verdadeiras. Até as das Cinecittà são mais genuínas. -- JRF

joserui disse...

Esse Louçã é um canalha da pior espécie que se um dia se visse com o poder não hesitaria um segundo em "industrializar brutalmente" o nosso país. É bom as pessoas terem isso presente, de modo a também não hesitarem um segundo para fazer o que for necessário, se e quando for necessário. Porque para carneirada, já basta a história. Já chegou destes canalhas. -- JRF

joserui disse...

Mau negócio fizeram os comunistas alemães desse tempo… presos na Alemanha, acabaram por ser trocados por russos. Os russos combateram nas Waffen-SS (de má memória, também acabaram mal), os comunas alemães puderam apreciar o comunismo em primeira mão, com execuções sumárias e idas até à Sibéria, onde acabou a maior parte. Vi uma vez na TV uma entrevista com uma sobrevivente que era a mulher de um dos líderes (que por lá morreu).
Estava a ler este artigo na National Geographic: "at the time I reported this article, Putin had the approval of 80 percent of Russians polled. But Russians between the ages of 18 and 24 approve of him at a higher rate than any other age group: 88 percent. More than any other generation, they are proud of their country and its stature in the world, associate its military prowess with greatness, and believe in its future ... Today 58 percent of Russians would still like to see a return of the Soviet order, and some 40 percent see Stalin favorably." -- JRF

joserui disse...

40% vêem Estaline favoravelmente… É um tipo que não entrou na mitologia judaica de Hollywood, onde se diz que existem mais fardas nazis nos estúdios do que alguma vez existiram na Alemanha no auge do nazismo. E também faz diferença ganhar ou perder uma guerra. Estaline ganhou, Hitler perdeu. -- JRF

mew2 disse...

A grande semelhança entra o tele-evangelizador e stalindo é que ambos usam bigode, excepto o Xico

A obscenidade do jornalismo televisivo